terça-feira, 2 de junho de 2015

A era do silencio.

O final da década de 1970 marcou o início da era dos motores turbo na Fórmula 1 — mais precisamente o ano de 1977, sendo a Renault a primeira a levar os motores pras pistas.
Mas a vida dos motores turbinados na Fórmula 1 foi relativamente curta, e apenas 12 anos depois, em 1989, o novo regulamento da categoria proibia o uso desse tipo de reforço para os carros — o motivo alegado foi o alto risco para os pilotos e também os altos custos de manutenção deste tipo de máquina. E quem acompanhava Fórmula 1 nos anos 1980 deve se lembrar do quão insanas as corridas chegavam a ser, com dezenas de ultrapassagens e carros voando baixo, com roncos incriveis, até mais do que acontece atualmente. 
Em 2013, os carros de Fórmula 1 utilizaram motores V8 de 2,4 litros sem turbo. Enquanto os motores antigos eram capazes de produzir mais de 750 cavalos de potência, os que são utilizados atualmente alcançam em torno de 600 cv — mas ganham o reforço de um novo método de recuperação de energia, o ERS, sendo as principais montadoras de
 motores, Ferrari, Renault e Mercedes.

O chefe de motores da Mercedes, Andy Cowell, disse  que o ERS vai não apenas recuperar energia cinética das freadas dos carros, mas também energia térmica deixada no fluxo do escapamento por meio de uma turbina em um motor elétrico. As baterias do novo sistema possuem capacidade para gerar dez vezes mais energia.
Os novos motores também passam a ser de 1,6 litros, contra 2,4 dos modelos usados até o ano passado. Em 1989, na primeira temporada após o banimento do turbo na Fórmula 1, os motores tinham até 12 cilindros, o dobro do permitido atualmente – o V10 era outra solução comum daquela época .
As novas regras da Fórmula 1 a partir de 2014 também obrigam as equipes a usar os motores por mais tempo. O regulamento desta temporada limita a cinco o número de motores que cada piloto pode usar durante todo o ano, três a menos que o permitido no ano passado.
Antes, o barulho era de rock and roll. Agora, está mais para uma balada romântica. O som dos motores V6 não está empolgando os fãs da categoria. 
Em fóruns sobre automobilismo e redes sociais, só se liam reclamações. Sebastian Vettel chegou a usar uma palavra de baixo calão para definir a “melodia”. Mas por que o novo propulsor soa tão diferente?
O volume do som não tem nada a ver com a redução do tamanho e do número de cilindros. Isso influencia na forma como os motores soam, não na intensidade”, diz o engenheiro da JL Racing Products, que constrói os modelos da Stock Car, Gustavo Letho Gomes. “O V6 tem som diferente do V8 porque há menos peças (no caso, cilindros) envolvidas em uma rotação”, explica. "Além disso, o sistema ERS ajuda a abafar o som do propulsor. Ele não existia há cerca de 25 anos, quando também eram usados os turbos.”Nas desacelerações, chama a atenção o barulho que lembra um assobio e é típico de picapes com motor turbodiesel, por exemplo. 

Veja a comparação da evolução dos motores:





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